segunda-feira, 26 de setembro de 2016

As culpas do fura-greves

O fura greves é um ser estranho: ele vê mas não enxerga, sente mas não se sensibiliza, se acovarda mas engana-se para passar-se por valente. Não consegue enxergar que a greve é uma luta necessária... é legítima e tem que ser coletiva. Não consegue enxergar que é o maior culpado do prolongamento das greves... não consegue enxergar que é vergonhosa a sua atitude de furar a greve... não consegue enxergar que sua atitude fortalece o poder do patrão... não consegue enxergar a traição que existe na sua atitude de furar a greve... não consegue enxergar o quanto sua atitude é egoísta perante seus colegas. Mas, é bom lembrar que nem todo fura greve é "cego" a ponto de não enxergar vergonha na sua atitude; alguns furam a greve por torpeza mesmo, por maldade, por carregar dentro de si sentimentos fascistas. Esses não têm conserto não, esses não se consideram empregado explorado embora o sejam. Esses devemos desde logo considera-los patrões pois assim eles já se consideram, mesmo sem sê-los. Mas, enfim, fura greve é fura greve, qualquer que seja o seu perfil; por "cegueira" ou por maldade mesmo, ambos os tipos favorecem e fortalecem o patrão explorador e dificultam muito a luta dos grevistas por direitos e conquistas. Talvez a única diferença entre um fura greve por cegueira ou por maldade é que com relação ao primeiro sempre há uma esperança de ainda vir a enxergar a sua realidade na correlação de forças entre o patrão e os empregados.

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